
Antropometria e sinais vitais no ciclo vital
Unidade IV
Avaliação dos parâmetros da composição corporal (IMC - RCQ)
Um fator primordial para se alcançar o sucesso nos treinamentos ou tratamento do nosso cliente, é uma boa Avaliação de Composição Corporal. Estes dados somente são adquiridos seguindo protocolos e procedimentos adequados.
Para realizarmos uma boa Avaliação de Composição Corporal, é necessária uma anamnese completa utilizando dados como o IMC (Índice de Massa Corporal), RCQ (Relação Cintura-Quadril) e Antropometria.
De maneira concreta, ao mostrar os resultados para nossos pacientes, entra em cena a Avaliação de Composição Corporal. Com ela, é possível traçar um trabalho de qualidade e segurança, com objetivos claros – seja ele estético, desportivo ou de reabilitação.
A composição corporal é definida como proporção entre gordura e tecido isento de gordura no corpo.
Influência da composição corporal
A determinação da composição corporal tem grande importância na prática clínica e na avaliação de populações. Isso se deve, principalmente, à associação da gordura corporal com diversas alterações metabólicas.
Vários estudos mostram que a quantidade de tecido adiposo e sua distribuição pelo corpo estão associadas a elevados valores de:
- Pressão Arterial;
- Dislipidemias – com concentrações elevadas de triglicerídeos e reduzidas de colesterol de alta densidade (HDL);
- Intolerância à glicose e resistência insulínica – os quais contribuem para a elevação do risco cardiovascular.
Diante da influência da quantidade de gordura corporal no estado de saúde dos indivíduos, são necessários métodos capazes de avaliar – de forma precisa e confiável -, a quantidade de gordura corporal em relação à massa corporal total.
6 razões que justificam uma avaliação de composição corporal:
- Determinar o ponto de partida para o início de programa de treinamento;
- Traçar a melhor maneira de conseguir um equilíbrio ideal entre gordura corporal e os compartimentos de gordura;
- Relaciona-se com o estado de saúde geral e desempenha um papel importante nos objetivos relacionados a saúde e aptidão física;
- Monitorar as mudanças nos componentes adiposos e magros durante os esquemas de exercícios com diferentes durações e intensidades;
- Melhor interação dos profissionais com os indivíduos e melhor informação relacionada com nutrição, controle de peso e exercício;
- Obter informações objetivas para os profissionais, correlacionando a composição corporal com o desempenho de esportes ou atividades do cliente.
Como realizar uma ótima avaliação de composição corporal?
Existem várias técnicas para realizar a avaliação de composição corporal:
- Pesagem hidrostática;
- Raio-X;
- Condutividade elétrica corporal ou Bioimpedância;
- Ultrassom;
- Tomografia computadorizada;
- Plestimografia com ar;
- Entre outros.
Porém, a técnica de menor custo, maior facilidade de execução, melhor aplicabilidade no dia-dia e sem ser um procedimento invasivo é a ANTROPOMETRIA.
Antropometria
A palavra "antropometria" deriva do grego, é a mensuração do corpo humano.
ANTHROPOS – homem, METRON – equivale a medida.
Entre os métodos antropométricos, as dobras cutâneas são habitualmente utilizadas para determinação do percentual de gordura corporal – devido ao baixo custo operacional e à relativa simplicidade de utilização.
Existem, na literatura, mais de 100 equações que utilizam as medidas de dobras cutâneas e outras medidas antropométricas, como circunferências, para determinação da composição corporal.
Entretanto, a validade de equações que utilizam medidas de dobras cutâneas para predizer a composição corporal é restrita para a população da qual essas equações foram derivadas.
Portanto, a validade e acurácia dessas equações precisam ser cuidadosamente avaliadas no momento da sua escolha. Para selecionar o método e a equação mais adequados, fatores como, idade, sexo, etnia, nível de atividade física e quantidade de gordura corporal, precisam ser levados em consideração.
Cada profissional pode escolher que equação usar, porém, atentando-se a sempre se ater a mesma equação nas reavaliações e comparações de resultados
Dentre as principais equações existentes, podemos tratar como os principais sendo: McArdle, Guedes, Faulkner, Pollock, Yuhasz, Lohman.
Para ser útil, a avaliação depende completamente da habilidade do avaliador. As medidas devem ser realizadas de maneira cuidadosa, padronizada e reprodutível. Portanto, o avaliador deve ser bem treinado.
Onde encaixar a Antropometria?
O maior cuidado que deve ser tomado ao avaliar é a demarcação para as medidas. A demarcação é um ponto importantíssimo.
Se o profissional utiliza o adipômetro de forma correta, conhece os protocolos, mas no momento da demarcação comete um erro, mesmo que depois faça tudo correto (perimetria, dobras cutâneas), as medidas que serão tomadas serão inválidas pois não corresponderão com o posicionamento correto dos equipamentos.
Conclusão
A avaliação da composição corporal é um importante aspecto na determinação da condição física, em qualquer programa de emagrecimento ou na prevenção e tratamento de diversas doenças crônicas como diabetes, hipertensão arterial, dislipidemias e cardiopatias, nefropatias…
Ou seja, é extremamente importante pela sua relação com o estado de saúde, dado ser indiscutível que tanto o excesso de gordura corporal, como o défice de massa magra apresentam relação direta com uma série de fatores de risco para o aparecimento ou o agravamento de condições desfavoráveis para a saúde.
Analisando os dados encontrados na literatura, e diante da importância da composição corporal sobre os aspectos de saúde dos indivíduos, é fundamental que o profissional tenha pleno conhecimento das técnicas, protocolos e equipamentos para, assim, gerar dados de alta qualidade e confiabilidade para realizar a avaliação de composição corporal.
Investigação da temperatura corporal
A temperatura corporal normal de uma pessoa varia dependendo do sexo, atividade recente, consumo de alimentos e líquidos, horário do dia e, nas mulheres, o estágio do ciclo menstrual.
A temperatura pode ser verificada por via oral usando o termômetro de vidro clássico ou os termômetros digitais mais modernos que usam uma sonda eletrônica para medir a temperatura corporal.
A temperatura corporal normal varia de 36,1 graus C a 37,2 graus C para um adulto saudável. Afebril é o termo dado quando a pessoa não apresenta febre naquele momento. A temperatura corporal de uma pessoa pode ser tomada de uma das seguintes maneiras:
Sobre termômetros de vidro contendo mercúrio.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, o mercúrio é uma substância tóxica que representa uma ameaça à saúde dos seres humanos, bem como ao meio ambiente. Devido ao risco de quebra, termômetros de vidro contendo mercúrio devem ser removidos do uso e descartados adequadamente de acordo com os protocolos de descarte de material biológico. Entre em contato com a secretaria de saúde de sua cidade, estado ou no posto de saúde mais próximo para lhe orientar sobre o descarte.
TEMPERATURA – TERMINOLOGIA
Hipotermia: Temperatura abaixo de 35°C
Afebril: 36,1°C a 37,2°C
Febril: 37,3°C a 37,7°C
Febre: 37,8°C a 38,9°C
Pirexia: 39°C a 40°C
Hiperpirexia: acima de 40°C
VALORES DE REFERÊNCIA PARA A TEMPERATURA
Temperatura axilar: 35,8°C a 37°C
Temperatura bucal: 36,3°C a 37,4°C
Temperatura retal: 37°C a 38°C
Investigação da pulsação
Quais são os valores ideais de frequência cardíaca para um ser humano? A resposta para essa pergunta depende de uma série de fatores. Homens e mulheres, por exemplo, têm parâmetros de avaliação distintos nesse sentido. Da mesma forma, estar em repouso ou em atividade física também resulta em variações.
Em linhas gerais, podemos indicar que, para um adulto, atingir entre 60 e 100 batimentos por minuto (bpm) significa uma condição ideal. Porém quais são os limites aceitáveis para cada faixa etária? E mais, o que significa ter batimentos cardíacos abaixo ou acima da média considerada regular? E quando devemos procurar um cardiologista?
QUAL É A FREQUÊNCIA CARDÍACA IDEAL?
Antes de tudo, precisamos compreender que a frequência cardíaca ideal varia de acordo com uma série de características, entre elas a idade. Com o passar do tempo, a tendência é que a frequência cardíaca diminua. Em oposição, nos recém-nascidos o índice é mais alto.
- De 0 a 2 anos – entre 120 e 140 bpm;
- Entre 8 e 17 anos – entre 80 e 100 bpm;
- Adulto sedentário – entre 70 e 80 bpm;
- Adultos praticantes de atividades físicas e idosos – entre 50 a 60 bpm.
Vale lembrar que esses valores funcionam como uma faixa de segurança, ou seja, permitem algumas variações para mais ou para menos. Há uma fórmula para se calcular a Frequência Cardíaca Máxima (FCM). A equação é simples:
FCM = 220 – SUA IDADE
Por exemplo, uma pessoa com 35 anos de idade não deve praticar atividades físicas ou se colocar em situações que elevem a sua frequência cardíaca acima de 185 bpm.
Outra fórmula possível de ser utilizada é conhecida como Fórmula de Tanaka. Sua equação é a seguinte:
FCM = 208 – 0,7 X IDADE
Nesse caso, uma pessoa com 35 anos de idade teria como frequência cardíaca máxima o valor de 183,5 bpm, um valor muito próximo ao obtido no primeiro cálculo. Exames específicos recomendados pelo seu médico podem indicar qual é a FCM máxima para o seu organismo.
VARIAÇÕES NA FREQUÊNCIA CARDÍACA
Quando a frequência cardíaca está acima dos 100 bpm isso significa que o coração está batendo de forma acelerada. Em muitas circunstâncias, essa é uma reação natural e não chega a ser preocupante. Por exemplo, diante de fortes emoções, de situações que provoquem ansiedade, durante a realização de exercícios ou atividade sexual, entre outras.
Essa característica é conhecida como taquicardia. Ela indica que há pressão está alta (acima de 140 x 90 mmHg) e se continuar subindo a pessoa está sujeita a sofrer um infarto. Dores no peito, no braço, sensação de má digestão, tontura e suor frio são alguns dos sintomas que, se percebidos, indicam a necessidade de procurar auxílio médico imediatamente.
Em oposição, há ainda os casos em que a frequência cardíaca é reduzida para menos do que 60 bpm. Isso pode ocorrer em função da idade ou do uso de certos medicamentos para o coração. Todavia, bloqueios cardíacos ou disfunções do nódulo sinusal são condições que resultam na redução da FCM. O nome dessa condição é bradicardia. Novamente, a recomendação é buscar auxílio médico se exames mostrarem essa condição.
Seguindo as orientações de frequência cardíaca mínima e máxima, chegamos a um tabela aproximada da frequência cardíaca normal em repouso, para homens e mulheres, de acordo com a faixa etária.
COMO MEDIR A FREQUÊNCIA CARDÍACA
Atualmente, é muito mais simples medir a frequência cardíaca do que já foi no passado, pois aparelhos que fazem isso hoje são muito mais acessíveis. Ainda que de forma imprecisa, até mesmo os smartphones são capazes de registrar os batimentos cardíacos de quem quer que seja.
Porém, é possível fazer isso mesmo sem acesso a nenhum equipamento. Coloque os dedos indicador e médio na parte lateral do pescoço e note que será possível sentir a pulsação. Conte, durante um minuto, quantas pulsações ocorrem. Outra opção é contar os batimentos durante 15 segundos e multiplicar os resultados por 4.
Apesar de ser possível mensurar seus batimentos cardíacos em casa, seja por meio do smartphone ou de relógios e pulseiras que contem com recursos como esses, essa forma de aferição não substitui, de forma alguma, exames médicos mais precisos requeridos pelo seu médico. Portanto, visite periodicamente o seu cardiologista para conferir se não há nenhuma alteração na sua condição cardíaca que requeira atenção.

TABELA DE FREQUÊNCIA CARDÍACA NORMAL PARA HOMENS EM REPOUSO

TABELA DE FREQUÊNCIA CARDÍACA NORMAL PARA MULHERES EM REPOUSO
Avaliação da frequência respiratória
A Frequência Respiratória deve ser monitorizada imediatamente após a avaliação do pulso:
Frequência Respiratória
1. Mantenha os dedos sobre a artéria carotídea;
2. Conte o número de incursões respiratórias, observando a elevação e o abaixamento da caixa torácica;
3. Avalie a frequência: conte o numero de incursões em 30 segundos e multiplique por 2. 4. Compare com os valores normais.
Investigação da pressão arterial
A investigação da pressão arterial é uma parte fundamental da avaliação médica, pois a pressão arterial é um indicador importante da saúde cardiovascular de uma pessoa. A pressão arterial é a força que o sangue exerce contra as paredes das artérias à medida que é bombeado pelo coração e circula pelo corpo. Ela é expressa em duas medidas: a pressão sistólica (a pressão nas artérias durante a contração do coração) e a pressão diastólica (a pressão nas artérias durante o relaxamento do coração). Por exemplo, uma leitura típica é "120/80 mmHg", onde "120" é a pressão sistólica e "80" é a pressão diastólica.
Aqui estão os passos típicos envolvidos na investigação da pressão arterial:
Preparação do paciente:
- O paciente deve estar em repouso por pelo menos 5 minutos antes da medição.
- É importante que o paciente esteja relaxado e não tenha consumido cafeína, álcool ou realizado atividades físicas intensas nas horas anteriores à medição.
Equipamento:
- A medição da pressão arterial é geralmente realizada com um esfigmomanômetro, que é um aparelho que consiste em um manguito inflável, um manômetro e uma bomba de ar.
- Muitas vezes, a medição é feita com um estetoscópio para auscultar os sons do fluxo sanguíneo nas artérias (sons de Korotkoff).
Posicionamento do paciente:
- O paciente deve estar sentado confortavelmente com as costas apoiadas e os pés no chão.
- O braço utilizado para a medição deve estar apoiado na altura do coração.
Colocação do manguito:
- O manguito é colocado ao redor do braço do paciente, cerca de 2,5 cm acima da fossa cubital (dobra do cotovelo).
- O manguito deve estar bem ajustado, mas não apertado demais.
Inflação e desinflação do manguito:
- O profissional de saúde infla o manguito usando a bomba de ar até um ponto em que a pressão seja suficiente para bloquear temporariamente o fluxo sanguíneo na artéria.
- O manguito é gradualmente desinflado enquanto o profissional ouve os sons de Korotkoff com o estetoscópio.
Registro das medidas:
- As medidas da pressão sistólica e diastólica são registradas quando os sons de Korotkoff começam a ser ouvidos e quando deixam de ser ouvidos, respectivamente.
Interpretação dos resultados:
- As leituras são interpretadas com base em faixas de pressão arterial normais, pré-hipertensas e hipertensas, levando em consideração a idade, sexo e outros fatores individuais do paciente.
É importante lembrar que a pressão arterial normal pode variar de pessoa para pessoa, e a hipertensão (pressão alta) é um fator de risco para várias condições de saúde, incluindo doenças cardíacas, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal. Portanto, a medição regular e precisa da pressão arterial desempenha um papel crucial na prevenção e no gerenciamento de doenças cardiovasculares.
Avaliação da dor
O primeiro passo para o tratamento da dor é fazer uma avaliação minuciosa. Muitas vezes, é necessário contar com a participação de diversos profissionais e com o uso de escalas para a avaliação do paciente com dor. Entenda como funciona esse processo.
A dor não é um aspecto simples de se avaliar, pois é sempre subjetiva: não conseguimos visualizar a dor através de um exame de imagem, por exemplo. Assim, toda a avaliação do paciente com dor é feita a partir de seu próprio relato. A respeito disto, McCaffery diz que "a dor é o que o paciente diz ser e ocorre quando ele diz sentir".
Muitos estudos têm apontado a importância da avaliação da dor, alguns deles sugerindo que seja considerada como o quinto sinal vital. Dessa forma, a equipe de enfermagem de qualquer hospital, ao registrar os sinais do paciente (pressão, temperatura, frequência cardíaca e frequência respiratória), deveria também fazer o registro da dor.
Para se medir a intensidade da dor que o paciente sente, há escalas específicas. As mais utilizadas são a Escala Visual Analógica (EVA) e a Escala Visual Numérica (EVN). Através delas, o paciente pode apontar para o profissional de saúde o quão intensa é a sua dor: em um extremo, está a condição sem dor, ou dor "nota zero". No extremo oposto, está a dor pior que a pessoa já sentiu, ou "dor nota dez".
A dor é uma condição complexa e exige que a sua avaliação aborde diversos aspectos. Além da intensidade, é fundamental sabermos as características da dor, o que a faz piorar ou melhorar e quais são os seus impactos na vida do paciente.
Um instrumento bastante utilizado na avaliação do paciente com dor é a Escala de Qualidade de Vida, SF-36. Trata-se de um questionário com 36 itens, que aborda diferentes dimensões da vida da pessoa, como capacidade funcional e estado geral de saúde, além de aspectos físicos, emocionais e sociais.
